Sobre

Em janeiro de 2014, em um workshop intitulado Jointly designing a data FAIRPORT, em Leiden, Holanda, foi elaborado um conjunto de diretrizes voltadas para as boas práticas de gestão de dados denominada “FAIR Principles”. Tais princípios foram publicados oficialmente em em 2016, na revista Scientific Data e são um acrônimo para Findable, Accessible, Interoperable and Reusable (FAIR).

Fonte: adaptado de Foster

Em 2017 surge a iniciativa Global Open FAIR (GO FAIR), criada em parceria entre Holanda, França e Alemanha. Tem como objetivo o desenvolvimento de um ambiente global compartilhado, voltado para a pesquisa e inovação baseadas em dados. Se propõe a promover mecanismos de desenvolvimento de padrões, protocolos, políticas, diretrizes e boas práticas para a gestão de dados, visando o aumento da eficiência no uso, compartilhamento e reuso dos dados. Sua proposta é incentivar a criação de redes nacionais e regionais independentes e autônomas, através de uma abordagem bottom-up. Está no seu centro incentivar a criação de redes regionais que se comprometam, de forma participativa e colaborativa, a seguir os princípios FAIR como estratégia de implementação. 

A iniciativa GO FAIR chega ao Brasil no final de 2018, liderado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). O escritório GO FAIR Brasil tem a responsabilidade de difundir, apoiar e coordenar as atividades de adoção de estratégias de implementação dos princípios FAIR, respeitando as especificidades das diferentes áreas do conhecimento, em todo o território nacional. 

A primeira rede temática a se formar é a Rede GO FAIR Brasil Saúde, sob coordenação do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Tem como foco a elaboração de estratégias de adoção dos princípios FAIR nos domínios da saúde. 

A partir dessa estrutura, em março de 2019 pesquisadores da Unirio, com o apoio e estímulo do ICICT/Fiocruz começam a conversar para a criação da Rede GO FAIR Brasil Saúde-Enfermagem. As articulações foram feitas pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia no Espaço Hospitalar (PPGSTEH), em gestão colegiada com a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências (PPGENFBIO) e pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Assim formou-se um grupo de docentes que integram os programas, com o objetivo de acompanhar e implementar as atividades de implantação da Rede GO FAIR Brasil Saúde Enfermagem. 

A Rede GO FAIR Brasil Saúde Enfermagem busca o seu desenvolvimento e consolidação por meio do fortalecimento e promoção da gestão, compartilhamento e reuso dos dados de pesquisa em Enfermagem, dentro dos Programas de Pós-Graduação em Enfermagem brasileiros, que são os principais geradores de dados de pesquisa em Enfermagem. Para isso tem como metas:

1) Promover pesquisas, na área de enfermagem, voltadas para metadados específicos, padrões de interoperabilidade tecnológica e semântica dos dados como: uso de vocabulários controlados e ontologias da área; modelos de plano de gestão de dados; repositórios de dados de pesquisa nacionais e internacionais, que poderão armazenar de forma confiável os dados de pesquisa em enfermagem; aplicação de licenças de uso, de acordo com os marcos regulatórios brasileiros.

2) Desenvolver metodologias voltadas para as práticas dos produtos e serviços FAIR, que atendam às necessidades disciplinares e operacionais da área da enfermagem.

3) Promover encontros, cursos, workshops e seminários visando impulsionar e disseminar os princípios FAIR entre os membros da Rede GO FAIR Brasil Saúde Enfermagem.

4) Criar grupos de trabalhos de forma voluntária e colaborativa, junto aos seus membros, que desenvolverão ações de capacitação, ações de desenvolvimento técnico e tecnológico e ações políticas voltadas para a expansão da Rede.

5) Trabalhar de forma articulada e colaborativa com a Rede GO FAIR Brasil Saúde, junto à Fiocruz.

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